O vestibular está às portas novamente. Tanto para os marinheiros de primeira viagem quanto para os já veteranos é um momento de grande ansiedade. Adrenalina a mil… Se na reta final estamos assim, na hora da prova então… São muitos os efeitos que esse excesso de adrenalina causam no seu organismo, mas o principal deles neste momento é que você não consegue desenvolver plenamente sua capacidade intelectual, seu poder de raciocínio. Para alguns que estão muito bem preparados é como perder um pênalti sem goleiro aos 45 minutos do segundo tempo. E então, o que fazer?
Recentemente tive a oportunidade de conversar com o diretor de um dos cursos preparatórios para vestibular de Juiz de Fora. Durante nosso papo ele me disse que havia três grupos de candidatos:
- Aqueles que não se prepararam adequadamente – apenas foram às aulas – e durante vários simulados nunca alcançaram uma nota razoável e conseqüente mente não têm chances
- Aqueles do grupo intermediário. São alunos que ora foram bem no simulado, ora não tão bem o suficiente e com isso têm chances de passar, mas são incógnitas
- E por último, aquele grupo dos que sempre tiveram um desempenho com sobras para acreditar que já têm a vaga praticamente garantida.
Mas, porque este “praticamente” para o terceiro grupo? Bem, segundo o diretor, a única coisa que poderia impedi-los de alcançar o sucesso pretendido seria a ansiedade, o estresse, o nervosismo no momento da prova.
Coincidentemente, depois deste fato, fui procurado por uma amiga psicóloga que trabalha com vestibulandos e queria uma sugestão de uma dinâmica ou atividade para uma palestra que daria e cujo objetivo era trabalhar a ansiedade da galera. Na hora me ocorreu uma atividade que faço em um de meus cursos. Conversamos e achamos que a atividade atenderia muito bem ao que precisávamos. Além de servir para a palestra dela seria a oportunidade de ter dados para ilustrar este artigo. Já apliquei a mesma dinâmica várias vezes, mas esta seria a primeira delas em que iria tabular os dados e trabalhá-los “mais cientificamente”.
A atividade consistia em uma prova com 13 questões e que deveria ser respondida em 3 minutos. A cada minuto que excedesse ao combinado a pessoa perderia 1 ponto. A meta seria 11 acertos em 13. As palavras iniciais e a apresentação da atividade foram cuidadosamente preparadas para gerar um clima bastante estressante, até mesmo de medo. De cronômetro em punho e com todos meio assustados iniciou-se a prova. A cada 30 segundos falávamos o tempo decorrido e quanto faltava. Olhávamos as provas e ao andar fazíamos barulho com os sapatos. Quando o tempo terminou fomos corrigir as provas. A partir daí, muitas gargalhadas. Só quando tudo terminou é que os participantes foram dar conta das respostas absurdas que haviam dado. Isto mesmo, a prova foi elaborada com 5 questões de raciocínio simples (do tipo o que pesa mais meio quilo de chumbo ou um quilo de penas) 7 pegadinhas bem bobinhas (por exemplo, uma que perguntava sobre o ovo de um pato) e 1 apenas de raciocínio lógico e séria.
Vamos aos resultados. Média das provas: nota 6. Maior nota: 11 (isto porque a própria aluna disse que já conhecia algumas questões e ainda assim errou 1 que já conhecia). Menor nota: 3 (também foi a que mais repetiu)
O certo é que era uma prova para fazerem 12 pontos. Apenas uma questão era difícil. Para se ter uma idéia, 75% dos alunos sem perceber o enunciado da questão marcaram que pato – veja bem não é pata – bota ovo. 65 % dos participantes colocaram que meio quilo de chumbo pesa mais ou igual a um quilo de penas. 25 % colocaram que uma dúzia de selos de dois centavos continham 6 selos.Você pode estar rindo agora e achando que teria acertado todas as questões, mas a verdade é que, embora não tenha quantificado os resultados das inúmeras vezes que apliquei esta dinâmica no curso de telemarketing a nota média era 5 ou 6. E é bem provável que você também não fugiria muito ao padrão. Mas, a que se deve isto? Simples: estresse.
O mecanismo do estresse embota nossos sentidos limitando nosso cérebro. Conheço algumas pessoas – e quem não conhece ao menos uma? – que eram verdadeiros gênios, mas que só passaram no 3º ou 4º vestibular. Uma amiga minha por quatro vezes teve que deixar a sala de provas por passar mal. A pressão subia tanto que em um dos vestibulares teve sangramento no nariz e ensangüentou a prova. Mesmo sendo muito estudiosa e conhecedora das matérias só conseguiu passar no 5º vestibular.
Na dinâmica que citamos acima, durante o bate papo com os alunos, muitos disseram que não tinham lido certa palavra, ou não tinham visto determinado detalhe. E é verdade. Não eram apenas desculpas. É isto que o estresse faz em nossas mentes. Alguns disseram que quanto mais eu falava sobre o tempo mais sentiam vontade de me tamparem algo ou mesmo me esganar. Curioso é que ao final do debate eles pediram uma palestra para os pais. Será porque? Outro fato interessante: alguns alunos não souberam controlar o tempo. Entregaram a prova sem responder todas as questões. Se detiveram demais na questão difícil e esqueceram das outras seguintes. Como isto é comum. Vale aqui a dica: se encontrar dificuldade em uma questão siga em frente e depois, quando tiver feito as que você sabe, volte e aí sim, invista tempo nela.
Voltando aos três grupos de candidatos, segundo o diretor que citei, ao primeiro uma dica: apeguem-se às suas crenças, ore ou reze muito, milagres acontecem. Aos outros dois grupos também é importante orar ou rezar, mas para que vocês possam manter a calma e realmente realizarem o que sabem. Controle o estresse e o nervosismo. Como? Cada um poderá descobrir sua própria receita. Algo que te relaxe e o ajude. Você encontrará um bom roteiro no artigo que escrevi recentemente Contagem regressiva para o Vestibular. As dicas continuam atuais como nunca… No próximo artigo abordaremos outras dicas.
Serão mais de 5.000 vagas entre faculdades pública e particular. Se você se preparou adequadamente, mantenha a calma e confirme a sua.
Não espere. Faça acontecer!