Os deuses do Olimpo

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Texto sobre os atletas atuais.

 

As discrepâncias entre o que é normal e anormal estreitam-se cotidianamente. Percebe-se tal êxito no que se refere às olimpíadas, pois, inicializadas na Grécia, cidade de Olímpia, puseram à prova a capacidade de o ser humano ultrapassar os próprios limites na busca do aperfeiçoamento. Ao longo das história das Olimpíadas, bravos homens disputavam cada milésimo de segundo para quebrar os recordes de disputas anteriores. Passados os anos, não só os seres dotados de corpos perfeitos, aptos a grandes feitos, puderam e o fazem a concorrência nas mais diversas tarefas, que denotam a gama de ansiedade e desejos imensos de o homem evoluir-se em anexo à progressão da sociedade.
Vários elementos tornam-se presentes em encontros como esses. Prima-se, de imediato, pela vontade de vencer, de trazer para si, representando todo um país, um povo, as medalhas, de preferência as de ouro, que denominam o ponto maior do exercício e do ápice dos treinamentos exaustivos para galgar tão determinado objetivo. É emocionante presenciar pessoas tão perfeccionistas, mostrando para o mundo que todos nós podemos nos projetar da maneira mais sublime em várias áreas, desde que nos esforcemos para tal. Esse posicionamento estimula a probabilidade da impotência, também presente no ser humano, a desaparecer, posto que determinado processo tem sido demonstrado por grandes ídolos ao longo dos jogos e no Brasil significativos nomes são lembrados, a exemplo Gustavo Borges, Xuxa, a equipe de vôlei, a melhor do mundo, orgulho para brasileiros e para os sergipanos, a pequena notável Larissa Barata, que num balé de sutileza, pragmatismo e exatidão revoluciona a Ginástica Rítmica, quebrando os conceitos errôneos de que Sergipe não pode luzir. Além desse aspecto, os jogos também explicitam o perfil de quem, mesmo não tão preparado, deseja convencer-se de que o mais importante nem sempre é ganhar, porém competir visto o ocorrido com o nadador da África do Sul que, estabelecendo as lentas braçadas, termina a prova, orgulhando-se do insistente feito. Para muitos, último colocado; para outros tantos, um homem-titã, tão virtuoso quanto o grande Aquíles, tão poderoso quanto Sansão.

 

De maneira indubitável, as olimpíadas têm externado tamanha democracia, palavra originada do Grego Demokratía, inicializada na Grécia, direcionada à soberania popular, governo para o povo; com essa, presenciamos a quebra de preconceitos e a superação perante os mesmos. O fato ocorre ao acompanharmos as pára-olimpíadas, rompendo os tabus de que as deficiências são determinantes de incapacidades. Curiosamente, os nossos pseudo-deficientes estão conquistando mais medalhas, até o momento 15 de ouro, do que os ditos normais, que totalizaram 5. Será que estamos passando a perceber que a teoria do normal e anormal é relativa? Será que podemos considerar como anormal aquele que provido de estrutura física perfeita renega-se a utilizá-la de maneira correta? Parece-nos que sim. Até porque existem pessoas que vêem o que está à volta, entretanto do que é enxergado, conteúdos não abstraem.

 

Estamos perante seres olímpicos, dotados de nobreza, altivez, grandiosidade, majestade. Posicionemo-nos, só para termos noção do grau de superação deles: sem esforços, nós, ditos normais, seríamos capazes de saltar, lançar, jogar futebol, correr sem nos atropelarmos, muitas vezes, na prepotência de nossa mascarada perfeição? Todos esses conceitos estão sendo modificados com a presença majestosa de Clodoaldo Silva, do Rio Grande do Norte, que já angariou 7 medalhas, dentre elas 6 de ouro e uma de prata na natação. É muita vitória e possibilidade de reverter o quadro de visões incorretas propagadas pela sociedade que acha que o diferente não deve ser aceito. É necessária a ponderação de que as diferenças só cooperam para um mundo mais plural, no sentido de não estruturarmos o mesmo de maneira tão singular. Que venham abaixo os conceitos do preconceito!

 

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