Qual é a melhor carreira pra mim? Essa pergunta não sai da cabeça da maioria dos jovens que acessam o souVestibulando. E para te ajudar a clarear um pouco as ideias, entrevistamos a psicóloga Marisa de Abreu. A Orientação Profissional é um serviço cada vez mais buscado e em sua clínica (Clínica de Psicologia Marisa de Abreu), há vários psicólogos especializados em dar esse apoio a quem está em busca de auto conhecimento para decidir que profissão seguir.
Selecionamos as perguntas que mais recebemos dos estudantes e todas elas foram respondidas pela psicóloga Marisa especialmente para você. Sem mais delongas, vamos à entrevista!
1- Alguns jovens se sentem completamente perdidos em relação a qual carreira seguir. Qual é o primeiro passo?
Observar. Observar a si mesmo, perceber o que o encanta, o que o deixa fascinado e entretido por um bom tempo. Esta observação já dá alguns indícios de carreiras possíveis. Esta observação deve ser livre de preconceitos pois muitas vezes alguém pode dizer “Você só gosta de maquiagem e isso não leva ninguém a lugar nenhum” mas esta afirmação pode estar muito errada, pois vemos maquiadores famosos, que se tornam empresários no ramo da maquiagem e estão “muito bem, obrigado”.
Esta observação deve incluir outras pessoas, imaginar-se praticando a profissão da pessoa que está a sua frente (ou na TV) e sentir-se bem com isto pode também oferecer indícios de vocação para esta atividade. Caso nada disso ajude a identificar a carreira um psicólogo especialista em orientação vocacional pode ajudar.
2- Os pais exercem uma grande influência na escolha da profissão dos filhos. Até que ponto essa influência é saudável?
Não há um só pai que queira que seu filho seja infeliz. Toda influencia paterna será com a ideia de ajuda na felicidade do filho, o pai quer que seu filho tenha independência financeira pois ele sabe que, pela ordem natural da vida, um dia seu filho viverá sem sua proteção. Mas algumas vezes esta influencia pode atrapalhar pois o pai pode não ter muita noção quanto as carreiras atuais. Por exemplo, eu tenho 50 anos e há 32 anos atrás, quando prestei vestibular, a lista de cursos na faculdade era apenas uma fração das opções atuais. Um pai pode acabar sendo tanto conservador demais, e só considerar opções que existiam em sua época, como também pode acabar sendo liberal demais e não ajudar em fechar parâmetros dentro da realidade.
3- Dinheiro, vocação ou concorrência no vestibular? Qual deve ter o maior peso na escolha da carreira?
De tudo um pouco. O segredo para uma vida harmoniosa é observar sempre o equilíbrio. Também é importante saber seus valores pessoais, o que é importante para um pode não ser para o outro. Conheci uma pessoa que ficou firme em sua vocação para o curso de medicina mas como a parte financeira ficava muito pesada ela optou por ir para Russia, fez curso do idioma de um ano e entrou na faculdade (acredite que isto ainda ficava mais barato do que fazer o curso aqui), mas no final não se adaptou à cultura do lugar e voltou. Não podemos dizer que perdeu tempo pois toda experiência é boa. Mas se tivesse feito um estudo mais apurado sobre si mesma (leia-se orientação vocacional) saberia exatamente o que seria mais importante para seus valores pessoais.
Não necessariamente. Antigamente tudo o que fosse para toda vida era considerado melhor, um emprego ou um casamento para tida vida era elogiado por todos. Atualmente já vi empresas reprovarem candidatos a empregos por terem ficado tempo demais no emprego anterior, para eles isto demonstrava falta de flexibilidade e empenho para o crescimento profissional. Seguindo esta mesma linha de raciocínio, mudar de carreira dentro do mesmo ramo, por exemplo um enfermeiro fazer curso de medicina, pode demonstrar vontade de crescer. Mudanças radicais, ou seja um enfermeiro fazer curso de engenharia, pode significar coragem e determinação.
5- Quando surge a dúvida, como um estudante pode ter certeza se está fazendo curso superior certo ou se está na hora de mudar?
A psicologia está se aprimorando e especializando de uma forma muito bacana. Você pode contar com estes profissionais, especialista em comportamento e sentimentos, que também se especializam em orientação profissional justamente para tirar da frente as dúvidas, vivências, coisas que outros disseram e tudo o que pode ofuscar a carreira mais adequada.
6- Orientação profissional: qual é a importância e qual é a melhor hora para procurar esse serviço?
A importância da orientação profissional está na economia de tempo, pois pode impedir que alguém fique anos em cursos ou profissões que não se adequem à ele, e financeira, pois entrar em um curso para depois deixá-lo pela metade, ou mesmo depois que concluiu pode ser muito caro. A melhor hora seria a partir dos 17 até os 100 anos, quando a pessoa sente que não está confortável com as opções que tem em mente ou não tem opção alguma.
7- É possível e aconselhável fazer orientação vocacional à distância?
É possível mas não aconselhável (mesmo psicoterapia não é aprovada pelo Conselho, apenas orientações para pessoas que estejam impossibilitadas de comparecer pessoalmente ao consultório). Toda orientação à distancia limita o tanto de informações que o psicólogo obtém, uma pessoa vista por uma telinha precisa ficar sentada de forma a não perder o campo de visão e assim não se comporta da mesma forma que se comportaria pessoalmente – isto impede que informações não verbais sejam captadas pelo psicólogo.
Para maiores informações sobre Orientação Profissional acesse o site da Clínica de Psicologia Marisa de Abreu: www.marisapsicologa.com.br