A Economia Açucareira

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Apostila sobre o período que a cana-de-açúcar foi a principal atividade econômica no Brasil.

 

1. O ANTIGO SISTEMA COLONIAL:
– sistema de dominação da metrópole sobre a colônia: conjunto de relações políticas, econômicas, sociais, ideológicas e culturais.
– um conjunto de normas e leis que regulam as relações metrópole-colônia principalmente no campo econômico.

· Pacto Colonial:
– relação de domínio exclusivo do comércio colonial pela metrópole: monopólio.
– também chamado “regime do exclusivo colonial”, denomina o sistema de monopólio comercial e controle econômico imposto pelas metrópoles suas colônias nos Tempos Modernos (capitalismo comercial/mercantilismo).
+ O Sentido da Colonização:
– o monopólio do comércio das colônias pela metrópole define o sistema colonial, porque é através dele que as colônias preenchem sua função histórica de produzir riquezas para o maior desenvolvimento econômico da metrópole: a colonização toma o aspecto de uma vasta empresa comercial destinada a explorar os recursos das colônias em proveito do comércio europeu.
– monopólio:
– as colônias são áreas complementares da economia metropolitana.
– as colônias só podem comerciar com a metrópole: só podiam vender seus produtos para o grupo mercantil metropolitano.
– as colônias não podem ter fábricas e são obrigadas a consumirem os produtos manufaturados da metrópole.
– as colônias só podem produzir o que a metrópole não tem condições de fazer, nunca concorrer com ela.
– as colônias devem produzir em larga escala, a baixos custos e com o máximo de lucratividade.

2. A COLONIZAÇÃO DE BASE AGRÍCOLA:
– colonização como desdobramento da expansão marítima e comercial européia.
– a agricultura foi o recurso encontrado para a exploração do litoral brasileiro.
– a colonização foi organizada em torno do cultivo da cana-de-açúcar.
– valorização econômica das terras.
– passou-se do âmbito da circulação de mercadorias para o da produção.
– com a empresa açucareira Portugal solucionava o seu problema de utilização econômica das suas terras americanas e o Brasil se integrava, como fonte produtora, aos mercados consumidores europeus.
– a colonização como instrumento de acumulação de capital na Europa.

3. MOTIVOS DA ESCOLHA DO AÇÚCAR:
– existência de mercados consumidores na Europa.
– a participação holandesa no financiamento, refino e distribuição do produto.
– a experiência portuguesa.
– a qualidade do solo (massapê) e as condições climáticas.

4. EMPRESA AÇUCAREIRA:
– estrutura de empresa comercial exportadora.
– empresa de base agrícola destinada a exploração econômica e a colonização do litoral brasileiro, principalmente o nordestino (principal centro produtor).
– o engenho: unidade de produção (moenda, casa-grande, senzala, capela, canaviais) -> exigia grandes investimentos.
– tipos de engenho: os reais, movidos a água, e os trapiches, que utilizavam tração animal.
– Nordeste: principal centro produtor (PE e BA).
– trabalhadores livres: mestre do açúcar, feitor, lavradores contratados.
– grupo flutuante formado de mestiços, mamelucos, rendeiros e agregados.
– a montagem da empresa açucareira obedeceu ao sistema de plantation.

· Plantation:
+ sistema de produção:
– monocultura: especialização na produção de um artigo de real interesse no mercado europeu.
– escravismo: utilização de numerosa força de trabalho compulsória (escrava): índia, depois negra.
– latifúndio: grande propriedade de terra.
-> dependência externa: havia uma total ausência de autonomia dos produtores e a economia ficava atrelada ao mercado europeu e inteiramente voltada para o mercado externo.

5. SOCIEDADE COLONIAL AÇUCAREIRA:
– uma sociedade caracterizada pelo caráter predominante do trabalhador escravo, base da economia colonial e do prestígio do grande proprietário.
– uma sociedade conservadora, patriarcal, escravista, rural (agrária).
– o engenho era o centro dinâmico de toda a vida colonial e onde a pouca vida urbana era mero prolongamento da vida rural.
– uma organização social intimamente articulada à propriedade e à riqueza.
+ início do processo de miscigenação entre os três grandes grupos étnicos responsáveis pela formação da sociedade colonial brasileira: o índio americano, o branco europeu e o negro africano.
-> mulato: mestiço de branco com negro.
-> mameluco (caboclo): mestiço de índio com branco.
-> cafuzo: mestiço de negro com índio.

6. A ESCRAVIDÃO:
+ Motivos da utilização da mão-de-obra escrava:
– a plantation exigia uma grande quantidade de trabalhadores.
– crise demográfica portuguesa.
– a inviabilidade da utilização da mão-de-obra branca, devido à sua escassez e ao seu custo.
– os trabalhadores europeus não se sentiam atraídos em trabalhar na colônia: difíceis condições de trabalho.
– os lucros proporcionados pelo tráfico de escravos.

· Escravidão Indígena:
– os índios foram utilizados como escravos no início da economia canavieira, contudo, demonstrou-se incompatível com a produção açucareira e foram substituídos pelos negros africanos.
-> Motivos da substituição do índio pelo negro na grande lavoura açucareira:
– a imposição de um trabalho disciplinado, vigiado, forçado, ordenado, dinâmico, organizado e metódico chocou-se com a cultura indígena.
– a alta lucratividade operada pelo tráfico negreiro, que, para ser mantida, necessitava manter a escravidão negra.
-> Conseqüências da Escravidão e da Colonização sobre os Índios:
– massacre de milhares de índios.
– ocupação de suas terras.
– o contato do branco europeu com a comunidade indígena destruía a cultura do índio.
– desestruturação do sistema produtivo e das instituições indígenas.
– mortalidade em função de doenças contraídas dos brancos europeus.
-> Áreas Periféricas:
– o escravismo indígena ocorria principalmente em áreas muito pobres, onde os colonos não tinham recursos para comprar escravos negros: São Vicente e Maranhão.

· Escravidão Negra:
– os negros foram introduzidos no Brasil a fim de atender às necessidades do colono branco, dos grupos mercantis e da Coroa Portuguesa.
+ Formas de Aquisição do Negro na África:
– caça, captura e aprisionamento.
– compra de africanos ao chefes locais (sobas): muitas tribos africanas passaram a escravizar outras para vendê-las aos traficantes em troca de bugigangas (vidro, facões, panos, fumo, rapadura, cachaça).
+ Tráfico Negreiro:
– navios negreiros (tumbeiros).
– banzo.
– marcados com ferro.
– os negros (peças do gentio da Guiné) eram embarcados geralmente em Angola, Moçambique e Guiné e desembarcados em Recife, Salvador e Rio de Janeiro.
+ Grupos :
– Sudaneses: oriundos da Nigéria, Daomé, Costa do Ouro (Ioruba, Jejes, Fanti-ashantis)
– Bantos: divididos em dois grupos (angola-congoleses e moçambiques).
– Malês: sudaneses islamizados.
+ Resistência do Negro a Escravidão:
– evitando a reprodução.
– suicidando-se.
– matando feitores e capitães-do-mato.
– fugindo.
– formando quilombos.
+ Quilombos:
– comunidades negras formadas por escravos que fugiam dos seus senhores e passavam a viver em liberdade.
-> Quilombo dos Palmares:
– localizava-se no atual estado de Alagoas.
– o número de habitantes do quilombo cresceu durante a invasão holandesa em Pernambuco.
– produziam e faziam um pequeno comércio com as aldeias próximas.
– simbolizava a liberdade e, por isso, era uma atração constante para novas fugas de escravos.
– representava uma ameaça a ordem escravocrata.
– líder: Zumbi.
– em 1694, foi destruído pelo paulista Domingos Jorge Velho, contratado pelos senhores nordestinos.

7. ATIVIDADES ECONÔMICAS COMPLEMENTARES:
– paralelamente ao desenvolvimento da lavoura açucareira, desenvolveu-se na colônia um setor de subsistência responsável pela produção de gêneros que vinham atender às necessidades básicas dos colonos e escravos: pecuária e cultivo do tabaco, algodão, mandioca, milho, feijão.
· a mandioca era o principal produto agrícola de subsistência para o consumo interno: elemento básico da alimentação do brasileiro.
· o fumo era o produto de exportação que servia para aquisição de escravos no mercado africano: cultivado em zonas restritas da Bahia e Alagoas.
· o algodão era usado no fabrico de tecidos de baixa qualidade destinados à confecção de roupas para os mais pobres e escravos: cultivados no Maranhão e Pernambuco.

 

 

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