Questões elaboradas pelo próprio professor.
01 – ( Alexandre Santos 2003 ) Julgue as afirmações, considerando o comentário abaixo:
“O Simbolismo é um movimento literário que se fundamenta basicamente na linguagem figurada – no símbolo, como sugere a palavra. Com base nisso, depreende-se a busca do etéreo, do vago, da música, do mistério e do metafísico. Nesta passagem, de Esaú ce Jacó, – “Com esse lenço verde enxugou ela os olhos, e teria outros lenços, se aquele ficasse roto ou enxovalhado; um, por exemplo, não verde como a esperança, mas azul, como a alma dela”. Enfim, “ela, aos quarenta anos, era a mesma senhora verde, com a mesmíssima alma azul” – , podemos perceber que aquele “lenço verde” de Natividade, a simbolizar a esperança no futuro dos gêmeos ou aquela “alma azul”, revelam influências simbolistas.”
0 0 – O Simbolismo é uma corrente literária-artística, que tem, no Brasil, como principal nome, o poeta catarinense Cruz e Souza, cuja poesia possui como eixo temático a busca da transcendência e da pureza simbolizada pelo uso constante do branco e de tudo que lembre brancura.
1 1 – Considerando o Simbolismo como movimento literário e artístico e suas propostas temáticas e estilísticas, o misticismo de Cruz e Souza diferencia-se do de Alphonsus Guimaraens por uma questão de enfoque: enquanto que no primeiro o místico aparece filosoficamente; no segundo, o misticismo gira em torno da ideologia católica.
2 2 – O Simbolismo não só influencia a narrativa machadiana de Esaú e Jacó, mas também a de O Ateneu em que é evidente a adesão de Raul Pompéia a uma linguagem intensamente abstrata e simbólica, através da qual Sérgio relembra o seu passado no interior de um internato.
3 3 – Este comentário – “O Simbolismo é um movimento literário que se fundamenta basicamente na linguagem figurada – no símbolo, como sugere a palavra. Com base nisso, depreende-se a busca do etéreo, do vago, da música, do mistério e do metafísico” – pode ser comprovado pelos versos de Raimundo Corrêa – “Esbraseia o Ocidente na agonia/ O sol… Aves em bandos destacados,/ Por céus de oiro e de púrpura raiados,/ Fogem…Fecha-se a pálpebra do dia…”
4 4 – Costuma-se afirmar que a literatura possui uma linguagem simbólica, mas o sentido em que a palavra “símbolo” está empregada, no comentário acima, pode ser aplicado corretamente para caracterizar a linguagem do romance Diva de José de Alencar.
02 – ( Alexandre Santos 2003 ) Julgue as afirmações:
0 0 – Este comentário – “A história gira em torno das preocupações do diabo e de Deus sobre o destino do homem e das “eternas contradições humanas”, num tom reflexivo, bem ao estilo de Machado de Assis, permeado de humor e ironia. O narrador onisciente e intruso argumenta a favor do diabo, mas de uma maneira irônica e num tom de sátira” – está correto no tocante ao conto de Machado de Assis a que se refere.
1 1 – Esta fala do narrador do romance O Ateneu – “contudo Sanches, como os mal-intencionados, fugia dos lugares concorridos. Gostava de vaguear comigo, à noite, antes da ceia, cruzando cem vezes o pátio de pouca luz, cingindo-me nervosamente, estreitamente até levantar-me do chão. Eu aturava, imaginando em resignado silêncio o sexo artificial da fraqueza que definira Rebelo” – revela que Sérgio mantinha relações homossexuais explícitas com seus colegas de escola.
2 2 – O narrador de Diva de José de Alencar é de primeira pessoa, conforme podemos perceber no excerto a seguir – “Há tempos me escreveste, pedindo-me notícias de minha vida íntima: desde então comecei a resposta, que só agora concluí: é a minha história numa carta.”- em que o narrador dirige-se ao seu interlocutor, Paulo, personagem do romance Lucíola.
3 3 – Este perfil traçado na descrição a seguir – “possui uma personalidade de uma pessoa dissimulada. Conservador e monarquista, só aceita a idéia da República a muito custo. Nas visitas que faz a Flora, prefere calar-se e ouvi-la tocar piano. Apesar de ser tímido e calado, é muito astuto, armando tramas “sutis”. Flora admira sua serenidade e conformismo, seu desejo de estabilidade, preferindo que tudo permaneça como está. Forma-se médico e é eleito deputado” – permite-nos identificar o personagem Paulo de Esaú e Jacó.
4 4 – Em os romances Lucíola, Diva e Senhora há uma nítida relação intertextual. O narrador de Lucíola, Paulo, é confidente em Diva do também narrador Dr. Amaral e, em Senhora, Aurélia faz uma comparação entre sua personalidade e a de Emília. O interessante, porém, reside em que as três personagens se caracterizam pela busca incessante e tenaz do “verdadeiro amor”.
03 – ( Alexandre Santos 2003 ) Julgue as afirmações:
0 0 – O Romantismo caracterizou-se por um complexo de características, como o subjetivismo, o ilogismo, o senso de mistério, o exagero, o culto da natureza e o escapismo, o que se pode comprovar com a poesia de Álvares de Azevedo, e principalmente, com os poetas da segunda geração.
1 1 – Este comentário pode ser aplicado aos poetas parnasianos – “Para ser poeta era necessário sofrer com desespero os embates da paixão desordenada e sentir na vida boêmia os negros pesares do infortúnio; era preciso descrer da felicidade e morrer jovem.” – que também pregavam o preceito de “Arte pela Arte”.
2 2 – O romantismo, como estilo, não é modelado pela individualidade do autor, visto que a forma predomina sempre sobre o conteúdo, antecipando, dessa forma, os pressupostos da estética parnasiana, baseadas no conceito de que a poesia deveria expressar a beleza e a simplicidade.
3 3 – No romance Senhora, José de Alencar dá um passo adiante em relação à crítica dos valores da sociedade burguesa, na medida em que coloca como protagonista um personagem que se deixa corromper por dinheiro. Entretanto, essa crítica se dilui e Alencar se reafirma como autor romântico, nessa obra, porque pune o protagonista no final, levando-o a um casamento infeliz.
4 4 – No Naturalismo, as personagens expressam a dependência do homem para com as leis naturais e o estilo caracteriza-se por um descritivismo intenso, capaz de refletir uma visualização pictórica dos ambientes. Os tipos são muito bem delimitados, física e moralmente, compondo verdadeiras representações caricaturais.