Produtor Geral do “Grupo Ciranda de Espetáculos”.

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Newton LucasNewton Lucas, produtor Geral do “Grupo Ciranda de Espetáculos”.

 

1 – De onde partiu a idéia de criar esse grupo?

R- Da necessidade, como poderíamos dizer popularmente, de unir o útil ao agradável. O cenário teatral sergipano, infelizmente, é desprovido de público que prestigie as companhias e grupos locais, por não acreditarem, talvez, no potencial artístico de seus irmãos territoriais. Em face disso, formulamos o “Projeto Literatura Viva”, bem como o “Formação de Platéias”. Dessa forma, podemos ressaltar algumas partes neste processo de montagem artística: a adaptação dos romances da nossa literatura (literatura extremamente rica, por sinal) foi encarada como ‘base sustentável’ do Grupo; os alunos que estão prestes a prestar vestibular, em qualquer instituição de ensino superior, é o nosso público alvo e, conseqüentemente, o meio de propagação do nosso trabalho; e, por fim, o deslumbramento com o desempenho cênico apresentado, que faz com que as pessoas que assistem aos nossos espetáculos passem a ter como hábito o assistir teatral tão esquecido em nossa sociedade “pseudo-baiana”, pela forte valorização da cultura de lá proveniente, ou quem sabe ainda poderíamos chamá-la de geração “Plim-Plim”, por ter gosto artístico delineado pela máquina manipuladora de mentes como é o caso da Rede Globo.

2 – Há quanto tempo o grupo existe?

R- Há aproximadamente 30 anos. Um período longo que o Grupo (Ciranda de Espetáculos) enfrentou com muita coragem e dedicação. É importante deixar registrado que a atuação do Ciranda não se fez apenas aqui em Aracaju, mas também em outros estados nordestino, por algumas temporadas.

3 – Quantas pessoas participam do grupo?

R- O Grupo conta com o trabalho de 06 (seis) atores fixos. Talvez você possa estar se questionando: “atores fixos? Mas não se trata de um grupo?” Bem, o termo ator fixo foi utilizado por mim pelo fato de serem os que atuam nos espetáculos, seja na parte da interpretação, como na parte de produção e/ou divulgação. Em contrapartida, como alguns personagem, exigem características específicas, faz-se necessário o convite para outros atores trabalharem conosco em determinadas peças.

4 – Os atores são atores profissionais ou profissionais liberais que atuam por prazer?

R- As duas coisas. É relativo usar o termo ‘profissional’ quando nos referimos ao teatro. Por que o fato de uma pessoa adquirir sua DRT de ator, não quer dizer que ele vá desempenhar a função de ator. Temos atores profissionalizados no grupo, ou seja, que possuem a DRT, como também temos atores que não a possui, mas que estão completamente aptos e encaram a atividade desempenhada com ardor de paixão pela arte. O que de fato é o que mais interessa no fazer teatral.

5 – Quem estiver interessado em participar do grupo, o que deve fazer?

R- Quando imaginamos que uma pessoa tem o desejo de fazer parte de um grupo de teatro, imaginamos também que está pessoa teve alguma experiência de palco ou que ela não tem conhecimento prático nenhum, apenas a paixão pelo teatro a lhe corroer. E isso foi algo muito discutido por nós. Muitas pessoas que nos assistiam, com o término do espetáculo, vinham nos cumprimentar e querer informações de como entrar para o grupo. Com isso, nós pensamos em ministrar cursos para essas pessoas interessadas. E é o que o Ciranda vem desenvolvendo há 4 (quatro) anos, sempre nos períodos de férias, agora mesmo, a partir do dia 15 de dezembro à 31 de janeiro de 2005, estaremos realizando o IV Workshop de Teatro, com a disponibilização de aulas de interpretação, musicalização e técnicas vocais.

6 – Aonde o grupo normalmente ensaia as apresentações?

R- Atualmente, estamos com uma sede na Avenida Gonçalo Rollemberg (ao lado do Curso pré-universitário Sala 1). O que não exclui a importância de se ensaiar no palco de um teatro.

7– Quantas apresentações em média o grupo faz por ano?

R- A nossa temporada, digamos assim, estendesse no período letivo, já que nenhum aluno em sua sã consciênci quer abandonar suas férias por completo. Nesse espaço de tempo de que dispomos, apresentamos constantemente, não é possível precisar um número.

8– Além das apresentações das obras obrigatórias da Universidade Federal de Sergipe, quais outros tipos de apresentações o grupo costuma fazer?

R- Como o nosso trabalho tem uma visão de formação de platéia, não poderíamos esquecer de fazer do jeito correto, ou seja, de incluir o costume de ir ao teatro nos primeiros momentos da nossa educação. Se é para formar platéia, que ela seja bem solidificada e que possa refletir no nosso futuro próximo. Por essa razão, o grupo tem espetáculos infantis montados, como os clássicos da literatura internacional “O mágico de Oz”, “Pinóquio”, “O Pequeno Príncipe” , bem como da literatura infantil brasileira, a exemplo de “Pluft, o fantasminha”, texto de Maria Clara Machado, fundadora de um dos maiores cursos formadores de atores do Brasil, o Tablado.

9– Existe algum patrocinador ou o grupo arca com todos os custos?

R- Tiago de Melo, Diretor do Ciranda, diz algo no final dos espetáculos que muito tem repercutido: “Nós contamos com o auxílio de três patrocinadores: NADA, NENHUM e NINGUÉM”, o que de cara já responderia à sua pergunta. Apesar de algumas limitações na montagem dos nossos espetáculos, o Ciranda arca com todas as despesas decorrentes com a montagem, o que tem feito sem deixar nada a desejar. Mas é claro que não dispensa patrocínios e até mesmo colaborações, como as que são feitas pelo Haiti Ternos, o D’Época e a Escola de Espanhol CONOCCER.

10– A empresa que tiver interesse em patrocinar o grupo, o que deve fazer?

R- Entrar em contato com o grupo, através da minha pessoa, pelos n.ºs 214 – 2631 ou 9991 – 9281.

11– Fazer teatro em Sergipe é difícil?

R- Realizar qualquer atividade profissional no contingente do mundo atual é difícil para qualquer pessoa. Contudo o desenvolvimento de atividades artísticas, entre as diferentes áreas, torna-se mais complicado ainda, tanto pela falta de recursos, quanto pela falta de respeito para com o artista. Mas, pior do que as situações enfrentadas pela classe, só mesmo o vitimismo adotado em parte por algumas pessoas do ramo, sem falar na situação inercial em que muitos se encontram, se acovardando, tendo medo de correr atrás do reconhecimento do seu trabalho. Por isso, não é o local que dificulta o crescimento de uma atividade, mas sim os próprios seres humanos que preferem encontrar obstáculos a soluções.

 

 

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